Excelsior Wel-Bike
A história desta moto teve início durante a 2ª Grande Guerra Mundial, pela necessidade que as tropas inglesas tinham de um veículo que pudesse ser aerotransportado, e largado conjuntamente de páraquedas com as suas tropas. A escolha recaiu numa pequena moto que acabou ficando conhecida como sendo a "Pára-scooter".
Wel-Bike MK I |
Wel-Bike MK II |
O motor Villiers junior de 98cc |
2 Wel bikes e uma terceira no contentor |
O protótipo original foi criado por dois militares entusiastas de motos, Harry Lester e o Coronel John Dolphin.
A empresa escolhida para este projecto foi a Excelsior Ltd, sediada em Welwyn no Reino Unido, onde durante os anos de 1942 e 1943 fabricaram quase 4.000 unidades destas pequenas motos, das quais hoje restam apenas cerca de 50 unidades.
Wel-bike em contentor
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Como era colocada no contentor a moto |
A Wel-bike dobrada |
Como foi idealizada para ser lançada de páraquedas, aspectos fundamentais eram a leveza, resistência e reduzidas dimensões. Para conseguir este peso, esta pequena moto nem amortecedores tinha.
Com os seus 32 kgs de peso, esta moto apenas dispunha do mais elementar para funcionar. A motorização provinha do motor de 1,5hp Villiers "Junior-de-Luxe" 98cc a dois tempos, montado na horizontal, que permitia uma velocidade máxima cerca de 50kms/h e uma autonomia de 140 kms, conseguida com um depósito de 3,7 litros.
Ao ser lançada do ar, o seu contentor caia na vertical sobre um reforço próprio para absorver o impacto.
Já dentro do contentor a roda traseira posicionava-se para baixo, de modo a reduzir o impacto ao contacto com o solo, minimizando assim possiveis danos.
Soldados preparando uma desta motos para acção |
Foto da época onde podemos ver soldados junto às mini motos |
Wel-bikes com páraquedistas polacos durande a 2ª Grande Guerra |
Uma vez no solo e de acordo com os treinos, bastavam apenas 11 segundos para que o soldado a retirasse do contentor, desdobrasse o guiador e ajustasse o banco à posição. Sem suspensão e sem luzes, possuia apenas travão de pé e uma pequena alavanca de embraiagem nos seus comandos. A marcha iniciava-se com um simples empurrão. Como a posição do carburador era superior à altura do depósito de gasolina, por vezes era necessário pressurizar o combustivel, para que chegasse ao motor.
O video em baixo exemplifica como se coloca o motor em funcionamento e de como se pressuriza o combustivel.
As situações de guerra provaram não serem esta motos úteis, pois os soldados aerotransportados muitas vezes primeiro tinham que procurar abrigo, e só depois tratarem de por as motos em funcionamento, acontecendo até por vezes as mesmas cairem em território ocupado pelo inimigo.
Hoje poucos destes exemplares existem pois os soldados tinham instruções precisas para destruirem as motos, quando já delas não necessitassem.
Com o fim da guerra e com o impedimento de circular nas estradas livremente pela falta de travão dianteiro, muitos dos seus ultimos modelos foram exportadas para a América ou vendidos a agricultores.
No video em baixo podemos ver um modelo destas curiosas minimotos que apesar de não ter valor histórico, trata-se de uma réplica que hoje qualquer um pode comprar, nos permite avaliar os pormenores desta curiosa e interessante pequena moto.
A sua história não acabou aqui. Teve continuidade no ano de 1946, quando foi criada a Corgi Motorcycle Co Ltd. pelo mesmo John Dolphin, que apresenta este projecto da sua mini moto Corgi, agora numa versão civil.
Este modelo agora redesenhado passou a ser fabricado em 1947 pela Brockhouse Engenharia Ltd de Southport. O motor era o lento Excelsior Spryt Autocycle a dois tempos de uma única marcha.
A maioria foi inicialmente exportada para a América do Norte com a designação de "Indian Papoose" e apenas em 1948 começaram a ser vendidas no Reino Unido, aqui com o nome Corgi, mantendo-se o fabrico até 1954.
Indian Papoose de 1950 |
Apesar da procura elevada do pós guerra do transporte individual, a sua pouca fiabilidade e o seu design minimalista não fizeram dela um modelo de sucesso.
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