segunda-feira, 27 de maio de 2013

Frischauf

Frischauf


1928-33

Temos nesta marca um fabricante germânico práticamente desconhecido dos amantes das motos clássicas. A esse desconhecimento deve-se ao facto de terem sido produzidos num curto espaço de tempo, e também pelo facto de muito poucos exemplares desta marca terem chegado até hoje.

Logotipo metálico da Frischauf

Localizada em Offenbach, Frankfurt, começou por ser uma cooperativa de trabalhadores que se dedicava ao fabrico de bicicletas, que pintavam de cor verde, sua imagem de marca, e cujas vendas corriam relativamente bem em toda a região de Rhine-Main
Anos mais tarde, expandiram o negócio com máquinas de costura e motocicletas. Para o seu tempo esta empresa era uma referência em direitos laborais, pois previlegiava a sua componente social já que em tempos de grande crise e desemprego, facultava habitação e sistemas de seguros aos seus trabalhadores associados.
Fotografia da antiga fábrica de bicicletas

Os seus primeiros modelos eram de 198cc e estavam equipados com motores ingleses JAP e Blackbourne de 198cc, que os isentava de taxas e permitia aos seus possuidores a condução sem carta.
Como a luta pelas vendas de motos desta cilindradas eram por demasiado ferozes, era muito dificil a um pequeno fabricante impor-se contra as grandes marcas, que já possuiam quota de mercado e rede de revendedores.
Um dos raros modelos ainda existentes, com motor Kuchen
Um outro emblema de depósito desta marca
Uma foto antiga com uma destas motos
Em 1929 esta marca resolve apostar em outros segmentos e para isso apresenta uma nova moto, desta vez uma  500cc, equipada com motor Kuchen, um Ohc de 3 válvulas, sendo duas de admissão e uma de escape.

Mais um modelo de 1929 de 500cc Kuchen 3 válvulas



Esquema de válvulas de admissão do motor Kuchen

Pelo folheto que se encotra abaixo, datado de 1933, podemos igualmente ver um modelo leve que publicita um modelo com motor Sachs, provávelmente de 74cc, ou eventualmente de 98cc.


Motor Sachs de 74cc semelhante ao que equipava a moto do folheto acima
No ano de 1933, por motivos ideológicos a fábrica foi tomada pelos nazis de uma forma violenta. O manager da cooperativa Heinrich Niemann foi assasinado no seu gabinete, a cooperativa dissolvida ficando a permissa de que os trabalhadores não seriam enviados para campos de concentração.

Folhetos de 1933


A cooperativa continou a fabricar agora incorporada na Mayweg Werk até 1936, fabricando com o nome Mayweg, e utilizando nos seus modelos motores Bark de 200cc a dois tempos, e transmissões inglesas Hurth. competindo directamente com fabricantes como Fichtel & Sachs ou Ilo. 

Um folheto da Mayweg motor Bark
O seu sucesso embora moderado, deu origem em 1934 ao desenvolvimento do seu próprio motor, um 500cc a 4 tempos, que nunca se concretizou devido a um incêndio que consumiu parte da fábrica
Estas instalações em 1938 passaram para a REX Engineering mbH, empresa que no decorrer da segunda Grande Guerra recrutou cerca de 600 prisioneiros de guerra obrigando-os a trabalhos forçados na produção de armamento.
A fábrica deixou de produzir depois dos bombardeamentos aliados a terem destruido por completo.
Algumas casas dos antigos trabalhadores ainda hoje se mantêm, e são parte integrante do projecto "Route of Industrial Heritage Rhine-Main".

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